
Primeiro de tudo o resumi a uma coincidência do destino.
Essa minha mania de gostar do que é surpreendente.
Parecia que tinha que ser. O quê? Não sei. Só parecia.
Nos conhecemos. Porque o busquei, e ele respondeu.
Houveram trocas. E respostas. Promessas bobas.
Conexões permeadas pelo gosto do desconhecido.
Como quando a gente é criança e ganha algo novo.
Sensação de estreia. Curiosidade.
O sentimento pueril do descobrir.
E foi diferente. Nem intenso, nem já vivido.
É gostoso descobrir o novo em alguém. Descobrir alguém.
Só que o tempo costuma agir, como que se pudesse dar a medida.
E mede. Cruelmente. De um tudo.
De repente, as palavras tinham mais peso do que as ações.
A história perdia fôlego, mas continuava a andar.
Sem necessidade. Por essas coisas que os homens aprendem.
De não serem (ou não se permitirem ser) verdadeiros nem consigo,
nem com o outro.
Desacreditar dos próprios sentimentos para cumprir um papel.
Que e qual papel?
Quem se revela, ganha menos? Ou quem não se permite doar, ganha mais?
Não era competição. E assim foi.
Da desconstrução de expectativas,
ao ter de lidar com o que já não era uma novidade.
Ele chegou. Nem começo de nada. Nem despedida de algo.
Um mal que assola o mundo. Gente breve. Homens breves.
Ninguém precisa ser profundo. Nem fingir o que não quer.
Quando não o quer.
Vale mais a sinceridade, do que a falta dela.
E sendo assim, pra quê alimentar a construção de pontes
em direção a caminhos que não serão vividos?
Liberdade é dar conta das nossas ações.
Mais do que as palavras que teimam em brincar de querer ser.
É a coragem entre assumir o que é desejo, vontade,
ou mesmo revelar aquilo que não se quer mais.
Sem que se leve tudo tão a sério. Afinal, somos ridículos, não?
Ser de verdade inspira tempo. Conhecimento.
De si, principalmente. Até se abrir ao outro.
Gente breve costuma passar - se passar.
Ele sabia disso.
Seu silêncio foi a coisa mais sincera que ele conseguiu deixar.
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