Primeiras impressões

Um prazer indescritível. Faz tempo que as mãos não ficam assim... bipolar (?). Gelo e calor. Um nervoso que beira a infância. Essa coisa de se ‘apresentar’ em curso, mas parece terapia em grupo (nada contras as terapias, por favor). Sempre tenho uma vontade imensa de dar aquela quebrada no clima falar logo o nome, signo, ascendente, RG (!), só pra distrair o tal nervoso e o clima tenso. Que muitas vezes é tenso só pra quem espera a sua hora de falar.

Enquanto a minha hora não chega, fico matutando na cabeça o discurso que vou dizer, pra não errar, pra não fazer feio, pra não gaguejar, pra não pensarem isso ou aquilo. Vixe. Como se minha vida não fosse justamente trabalhar com o contrário disso, os riscos. Mas isso fica pra algum outro texto.

Sei que a tal fatídica apresentação deve mesmo ser um suplício para todos, ainda que tenham aqueles que consigam falar com mais leveza, observo que a maioria a teme.

E vai passando a vez de cada um, quanto mais longe de mim, mais presto atenção aos que falam, como falam. E cada vez que ‘a vez’ vai ficando mais próxima de mim, vou re-capitulando o meu discurso em mente, e ficando completa-mente surda para o que os outros falam.

De repente alguns risos, e os risos são sinais de desarmar, risos me deixam muito mais relaxada. É estar aberto, é como comungar de algo. Rir é prazer também. Prazer de estar presente, de estar com aquelas pessoas, de fazer parte daquele momento.

Distrai-me e quando percebi já era a minha hora, o nervoso até que passou, consegui falar o tinha imaginado e inclusive de me delatar, já que nem tinha me inscrito no tal processo, apenas arrisquei ir. Tudo bem que teve uma leve empacada de palavra no meio, mas todo aquele medo, receio, tinha ido embora e agora éramos nós, ao invés de eu e eles.


[De como quando me ‘introduzi’ na Oficina de Sonoplastia do Uzyna Uzona – 19/06/2010]

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