De ser forte.

Não deu, não deu pra segurar. Pensar que é forte, quando é queda d'água esperando só o momento de precipitação pra jorrar uma cachoeira de emoções.

E sempre foi assim, de tudo ao mesmo tempo agora. E ninguém entende, nem vai entender. Só quem sente é quem sabe. Estar de fora pode ser apenas um ponto de vista.

Nem aquele que diz que é melhor, não no sentido de ser bom em algo, mas de ser melhor daquele que é aquilo do outro, se contradiz. Não existe melhor, existe companheirismo, existe amizade, sem condições. 

Nesse momento, nada que é condicional pra mim presta. E me vem à mente a famosa frase do Otto Lara Resende: "o mineiro só é solidário no câncer", que ironia no agora. Pra mim sempre serviu como exemplo de vida essa frase, das condições que a gente se põe, que os outros impõe nas relações. E não é pra entender mesmo, quem sente sou eu.

Leio o seguinte, em algum lugar predestinado por pura coincidência temporária:

As pessoas que colaboram entre si sem esperar que as adversidades as obriguem a isso são as mais evoluídas entre o céu e a terra. Um dia toda a humanidade compreenderá isso e agirá dessa forma espontaneamente. 

Pura verdade. Cansei de ser forte. Cansei de não sentir. Cansei de sinalizar caminho. De ajudar. De cobrar. De seguir na mesma direção. De ser boa, sem ser má. De acertar, sem errar. De ser bem quista, sem ser mal quista. 

Sentimento é coragem e covardia. Até do que não se sabe como enfrentar. Viver já é uma grande batalha. E eu quero simplesmente poder sentir a covardia de dizer adeus, e fugir, e sumir, e ser só eu, sem eu's, e sem parecer egoísta. Cuidar de mim. No infinitivo, pra durar infinito.

Pintura de Alex Gross

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