Da prática do sentir.

Sem querer ofender as teorias e outros tipos de experiências, mas ainda não inventaram ensinamento melhor do que a prática, e em si. Por mais que a gente conheça, saiba da existência, não há aprendizado melhor se não o viver em nós mesmos, nos nossos contextos de vida: situação, sentimento, tudo na própria pele. É outro tipo de entendimento, de absorção.

Claro que nem em muitos anos de vida poderemos de fato conhecer tudo a fundo, mas às vezes a gente pode simplesmente se encarregar de auto sabotar todas essas experiências que validariam muito mais a nossa existência. 

Desse modo compartilho aqui conclusões práticas dessa minha vida finita.

Eu que costumo me podar no gostar, no amar. Por medo mesmo. De doer, de frustrar, de me comprometer, e me arrepender, e ter que ceder, quando tudo isso acontece naturalmente, sem planejamento. (As contradições, então, são as nossas maiores provas do viver sem estagnar).

E ao mesmo tempo imagino, fantasio, mergulho nas possibilidades, alimento o real e o irreal, descontrolo o coração, disparo emoções, travando uma luta pra conter toda a ansiedade das expectativas.

Eu que andava por aí, experimentando uma liberdade sem nome, mas minha, só minha, descobri o que talvez signifique reciprocidade. Que não deve ser confundida com 'o ideal'. Digo, do que eu imaginava e vivi na prática, nem sempre os sentimentos precisam ser iguais para haver correpondência. Cada um sente à sua maneira, contanto que seja de verdade e saudável, não há mal, inclusive quando o que era tudo, vira nada.

Do que vivi restam agora as lembranças e o que fazer com elas. Aprendi que quando a gente é pego de surpresa as consequências são tão surpreendentes quanto! E a paixão é assim, não há calmaria. Assim como ela vem, de rompante, também pode ir  levando (ou deixando) desarvoradamente tudo que encontrou e ficou, do bom e do ruim. 

Esse mesmo sentimento que me fez reconhecer a minha pequeneza no sentir, que me fez pela primeira vez agir por impulso, pular profundo no mergulho, mesmo que com certa cautela, usando de máscara e tubo de oxigênio extra por precaução. 

Descobri que não tem jeito, sentir é sim uma bela caixa de surpresas, não dá pra adivinhar. A vontade é de que dure pra sempre, ainda sabendo que nada dura para sempre.

Minha certeza agora é de que há tempo, há recuperação, há coração, para todos os casos. A gente (eu, você) só precisa se desarmar, para amar.




 

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