De Sampa [Parte 2]

No meu último dia de Sampa, resolvi andar sem destino pelo centro da cidade. Na verdade buscando algum destino, já que são muitos. 

Depois de andar quase três horas ininterruptas, uma esquina me chamou a atenção, e bem quando eu já caminhava para voltar pra casa. Dois meninos, seus violinos e algumas pessoas paradas que os assistiam. Eles tocavam, enquanto a capa de um dos instrumentos lhes servia como chapéu

Inevitavelmente parei, e observei a cena que se formava ao redor: São Paulo noturna, com seus passos apressados, o frio que mantém a distância das pessoas, que dá armaduras naturais aos corpos. 

Eram poucos os que apreciavam àquele momento, mas o suficiente para fazer com verdade, como se realmente pudessem dar um pause em suas vidas. 

De repente, no meio daquela roda, um menino, que passava, parou, tirou seu fone de ouvido, percebeu a música que tocavam e começou a cantá-la, como se fosse o vocalista que faltava para aquele concerto. 

A música nada mais era que o enredo daquela cena:


♫ All the lonely people, where do they all come from?


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