De calmaria.

Agora  é o nada, desconfio. Aquele sentimento de querer fazer dar certo, passou. É que às vezes a gente força situações, que já estão findadas. Já deu o que tinha pra dar. Quando falo do nada, não é que seja insignificante. Significa sim, só que muito mais real agora, sem expectativas além. Por mais que sentimento seja algo que não se controle como um todo, ou quando está em altas dosagens, leia-se intensidade. Ilusão. Normal. Acho que começa assim com o excesso, a carência, a projeção. Por acaso existe começo-controlado no sentir? Eu nunca vi, nem senti. Ou o começo é por gostar muito, ou de nem gostar tanto assim e depois mudar. E ainda pelas condições, experiências e sentir de cada um essa (auto) percepção ainda pode ser bastante relativa. Eu sei foi que passou, mudou. O que vier agora, que for extra, é ego. Fico aqui pensando... querer atingir alguém, quando esse alguém simplesmente não sente correspondência. Por mais que se insista bobamente no atingir, no "vingar", é ego! Se a pessoa não sente, ela simplesmente não vai sentir, principalmente sendo o que o outro quer. E nem adianta envolver terceiros, tratar diferente. Quem tem que mudar é quem sente com ego, com expectativas. Pra ser dois é necessário antes de tudo disponibilidade e correspondência. Não é porque existe disponibilidade que está estabelecido automaticamente correspondência, ou mesmo o contrário. Não existe resumo em um pra vida a dois. Relação de uma via, a gente tem é com o espelho . E depois... depois o tempo também cura qualquer excesso. Até porque todo excesso cansa, quando não acaba em fim trágico. Desconfio que o tempo passou dentro de mim.

por L. Uerba

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