De ser laço, dentro de nós.

Eu queria fazer um texto. Belo e emocionante. Pra não deixar passar nenhuma memória daquele domingo. Tenho medo da lembrança ser falha a mim, novamente. É que os anos passaram e continuam passando. Faziam dez anos... dez anos! Dez anos depois, e eu estava naquela casa que tinha sido cenário da minha infância-adolescência. 

Anos 90 na Bahia, mais precisamente em Feira de Santana. Aquela casa que reunia tios, primos, sobrinhos, pais, mães, filhos. Na cabeça inevitavelmente a imagem dos grandes almoços banquetes, dos jogos de futebol em chão de cimento, dos fogos de São João, das brincadeiras e traquinagens coletivas, das dormidas pós refeição, das histórias, das piadas, das festas divididas.

Agora estávamos nós,  mais uma vez reunidos, com os anos que passaram em nossas peles, cabelos, roupas, jeitos, vozes, tamanhos, mas com as mesmas boas memórias. Éramos nós, sem alguns de nós, "reapresentados", com um sentimento de acolhimento comungado. E como há muito tempo eu não vivia: era domingo, era almoço, era encontro, era identidade, era quase como reviver o que um dia passou, era e é, hoje mais do que sempre: família.

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