Do que sobra


"Se não for o amor, o que sobra é ego." Talvez seja mesmo, e amor na sua amplitude de significados. Ou talvez, esse sentir, não seja uma verdade absoluta e plenamente praticável. Quem sabe... exercício de vida?! Acho que no final das contas tudo gira em torno dessa carência humana interminável, essa vontade de querer ser único, especial, aceito, de sermos agradados, admirados, compreendidos por completo, reunidos em desejos e vontades. 


E se simplesmente algumas coisas, ou tantas coisas, tiverem um buraco bem grande e não forem preenchidas? E se nascemos para sermos sozinhos? E se o "porquês" não tiverem as respostas do tudo, nem do todo? Quem está preparado pra desagradar? Quem está preparado para ser perfeito? Quem saberá com-viver com-sigo mesmo, com o outro? 

Tantas relações a/temporais, tanta gente que fica, tanta gente que se es-vai. Sensações em transformações constantes. As relações mudam, junto com os sentimentos. E a vida segue traçando o tabuleiro dos jogos humanos. Em si, com o outro, com o mundo. Às vezes não dá pra passar adiante, não dá pra voltar, não tem segunda rodada. Às vezes o caminho já está traçado, em solo, em duo, em trio, em infinito. Como saber? Pra que saber? Pra quem saber? O que fazer? Como não sentir?

Pois que falte ego, em seu sentido descolaborativo, e sobre amor (do que se pode entendê-lo), não sobre-amor ou sob-amor.  E olhe que nem tudo se resume em amor... Os dados (e)s(t)ão jogados. De que lado você sobra?




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