O peso que a gente dá.

"Eu não quero mais sentir isso", "Porque ele isso, ele aquilo, ele, ele, ele..."

Olhe, brigar com-sentimento, com coração é toda uma história. Mas a verdade é que (não só a isso mas muitas das coisas da vida) o peso é a gente quem dá. A gente sabe que evitar pensar seria bom, alimentar o que ás vezes já acabou ou não tem mais pra onde ir, ou apenas aquilo que a gente criou... só que é muito mais fácil culpar o outro, entrar em competição, em comparação. Eu me entrego, e ele nada. Eu me doo(u) , e ele nada. Eu mergulho, e ele n a d a.

Pois bem, eu sou boa, e ele também é, resumo de história. Eu não sou menos pra ele, nem ele é menos pra mim. Talvez nesse momento até seja, é uma questão de não-convergência. Não é porque a gente gosta, que de repente o mundo vai florir, os caminhos se encontrarão, os desejos serão os mesmos, os planos, os objetivos. Acho que o maior desafio numa relação é respeitar um equilibro, em duo e individual.

Mas voltando ao ponto liberta-dor, do que pesa e afins, é isso mesmo: o peso é a gente quem dá. O ser humano é um bicho muito complicado. A gente sabe todas as armadilhas pra reforçar nossas frustrações, nossas decepções e mesmo assim, a gente disfarça e volta a cair nelas, sem querer-querendo, e depois tem que reaprender a lidar com elas. Masoquismo sádico. 

O bom é que dificilmente qualquer sentir estará fadado ao estagnar, dessa forma, a chance de cair em si também é grande, de poder tornar leve. E tudo que é leve, se deixa levar, flui. Às vezes a gente se prende por tão pouco, e sem querer diminuir algo ou alguém, é que a mente brinca demais com o peso dos sentimentos. E mente. Agora cair em si, descobrir o peso real das coisas também é muito bom, mil toneladas que se vão, leveza no peito que fica. As armadilhas continuam, mas o peso é a gente quem dá.





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