aquele dia de fraude.


tudo ao contrário, a vida on line é um abuso quando a vida real se torna um martírio. felicidade em rede. mudo a foto de capa, muda a foto de perfil, mas do lado de cá, dentro, tá tudo igual. mais triste às vezes. bem verdade que ando mudando de capa, tal processo de borboleta. e dói, ô como dói. constatar tanta coisas de vez. como machuca olhar pra dentro e só enxergar projeções, as malditas palavras malditas, ou nem ditas. que merda. hoje eu sou o verdadeiro cocô do cavalo do bandido sem nome. me perdi em mim. no que guardo aqui dentro. tão covarde. tão, tão. e perceber o quão duro é falar, pôr pra fora. e que essa vida on line ainda me mata. tanto amor contido, com medo de quebrar a cara. já quebrei. faltou cuidado, faltou tato. meu, seu. talvez eu precise lidar melhor com o que eu desejo, e assuma todas as consequências das palavras ditas. não, nem tudo está bem, e como é difícil pra mim simplesmente transpor a felicidade e assumir a crise. porque dói se fazer entender e não ser entendido, estar subjugado, e eu tenho medo de ser sub-julgada. porque há tanto aqui dentro. um tanto que se isola, que se esconde, que não quer arriscar. pura contradição. hoje mais do que todos os outros dias tou mergulhada numa contradição profunda, e eu não sei me dar. tou desenlaçada, mesmo com tanto nó. caminhar e não ter certezas, é a decepção da expectativa de querer tudo funcionando bem ao mesmo tempo. simplesmente não dá. a vida é conquista, rápida ou demorada. é preciso paciência. e eu juro, como eu tou tentando ser paciente, e largar a infantilidade das ações precipitadas de lado, sem deixar de valer o bom desse lado. eu sei que essa não é uma missão fácil, mas não dá pra ignorar a dor que vem junto. descascando tudo. me dando conta dos erros, que se repetem, que se disfarçam. erros-medos. tem muito medo aqui dentro, que precisa ser ultrapassado, e ter essa consciência talvez seja o que machuca mais. ferida aberta. eu não fiz por mal, eu não faço por mal. tô aprendendo. relação em qualquer nível e instância é muito difícil, e não tou sendo pessimista, só constatando mais uma vez, que o ser humano é um bicho complicado e as histórias românticas são muito filhasdaputa. acho que é crescer também. e deixar vir o ciúme e a decepção sem se sentir controladora ou pecadora por sentimentos ruins. mas se eu sinto. por que vou negar? não dá pra ser boa ou pra ser bem o tempo todo. e no meio de todo peso, eu queria era apenas esvaziar, encontrar uma torneira pra despejar esse bolo todo. esvair de mim, desse estado, do que nunca é o suficiente. e o que é o suficiente? 






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