Benedito pensou em falar-lhe mil palavras
Benedito pensou em cantar
Benedito pensou em beijar-lhe até que a respiração faltasse
Benedito quis traduzir o bater do seu coração
E ainda que qualquer pedaço de voz
Pudesse machucar ou superar expectativas
Parou, segurou a mão dela, entrelaçou-se com seus dedos
Levou-a até a beira-mar, olharam para o horizonte, juntos
E
E
Sem precisar falar | o que os dois já sabiam |
Não haveria nada | naquele exato momento |
Com maior profundidade
intensidade
imensidão,
que o mar.
Pelos olhos de Benedito o mar escorria
E pelos olhos dela, o horizonte,
diminuindo aos poucos,
entre o breve momento que se revelava
no fechar de suas pálpebras.
Benedito quis ser uma aurora colorida de raios
para iluminá-la
Mas Benedito entendeu que todo mar-horizonte
também é feito de pôr-do-sol.
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