7 x 1 e a Copa da Vida.

E esse sentimento de abrir mão, de largar, descartar tão espontaneamente quase que sem dó? É desse tipo de sentimento que eu tenho medo que se perpetue a cada futuro, geração. É o sentimento fast food, só interessa o que dá prazer, alí, na hora, e até quando der prazer. É como se as pessoas não pensassem mais em continuação. No depois. Esse viver completamente conveniente do 'agora' é por demais temeroso. A gente tem que saber se comprometer, e saber com que, com quem está se comprometendo. Imagina se tudo na vida fosse jogar fora e acabou. Principalmente quando falamos de pessoas. Chega a ser ridículo ver tanta adulação, endeusamento, pra na primeira oportunidade de ter de lidar com o erro, com o defeito, com a imperfeição, abrir mão, virar carrasco de quem há minutos atrás era tratado completamente de outra forma. Um amigo outro dia me falava o quanto que ser palhaço o tornava mais humano, ao relembrar que a gente não precisa se colocar acima perante o erro do outro, porque poderia ser a gente a estar no outro lugar. E só me vem isso à cabeça agora, do quanto a gente precisa aprender a perder, sem ranço, sem ser por obrigação, mas por compreensão. A gente tá precisando de mais sensibilidade e humanidade, não só pra lidar com os outros, mas com as nossas próprias frustrações. Já que ao final, tudo é mesmo uma grande montanha-russa de projeções. Pois bem que aquilo que incomoda tanto no outro, ou que é mais fácil apontar no outro, deve ser algo que na verdade tá bem no fundo do lado de cá, da gente. Aí que lembro de uma frase de um poema, que pra alguns pode não fazer sentido, mas pra mim é o que dá o tom da vida: "mais vale a alegria do risco, que a tristeza da conquista". É cômodo ser vencedor, quero ver quem dá a cara nessa vida pra ser um perdedor, um perdedor feliz.

em julho/2014

Furabolo por Anderson Zeg

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