|| Q || u || a || s || e ||


Quando é que afina?
Onde mora o equilíbrio?
Onde fica o querer?
O quase...
Tenho vício de quase.
Não, não tenho vício de quase.
O quase é que me persegue.
Quase era mergulho.
Quase era pra ficar pro resto da vida.
Quase foi recíproco.
Vivo do risco.
Mas a vida é risco. 
Quem um dia será único?
Não existe exclusividade no amor.
Tudo já aconteceu e tudo é inédito.
Talvez a forma.
A forma de querer.
E quem vai querer?
O instável.
O desequilíbrio.
O que não presta.
O amor romântico é lixo.
Reciclável.
E a vida é feita de finais,
pra ter onde recomeçar.
Mas nos contos 
só existem os finais felizes.
E o depois, onde que fica?
É o quase.
E onde está aquilo que continua?
A paciência, a parceria.
Amor é investimento conjunto.
Mais com menos, dá menos.
Amor é o maior equilibrista do mundo.
Os trapezistas, os nós, precisam estar dispostos.
O coração é um grande circo, de riso e risco.
O quase é um depois que não virou futuro.
O quase é que me persegue.

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