"Não se admire se um dia..."

Será que fingem não saber? O amor é egoísta. Por mais que sintam dois, o amor sempre será um. Talvez tenha chegado a essa conclusão pós término de um relacionamento. Pois mesmo que nos gostássemos, éramos incompreensíveis um para o outro. E bom, o amor companheiro deve ser o mais próximo do ideal do amor a dois. E nós não atingimos essa fase, quem sabe, não nos permitimos chegar até o chefão e por isso venceu a não compreensão mútua. Imagino que o amor companheiro é o contrário disso. É abrir mão não do que se sente, mas não ser apenas só o que se sente, é descobrir e se permitir sentir o que o outro sente, em equilíbrio. Até porque enquanto formos unos, o amor sempre será diferente ainda que se sinta "igual". O amor é egoísta. Sempre será. Cabe a nós torná-lo saudável. Nos classificamos em relações por medo. O classificar nos dá a ilusão do controle de algo, de alguém. A mais pura besteira. Somos inclassificáveis. Enquanto houver sentimentos - digo, os genuínos - seremos sempre inclassificáveis. E por que não, contraditórios? Os com-porta-mentos  são educados, podados, treinados, adaptados. Os sentimentos genuínos não. Como classificar aquilo que nunca sentiu, fez sentido antes? O amor é uma ilusão genuína e egoísta a qual tentamos classificar há anos. E por isso é fascinante vivê-lo. Sua imprevisibilidade motor de vidas. Então, vá viver! Permita-ser. O amor não é covarde, as pessoas são. 

Imagem Sol Díaz

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