ter asas



entre me descobrir 
filha das águas
e ser ar

apenas me permito
sentir

descubro um balanço logo a frente e me entrego. 
ser criança de novo, ou apenas ser, sem classificações. 
balanço e a cada nova ida-vinda me empolgo,
a ponto de querer voar. 
gostaria de ter o poder de voar, 
é quase como ser livre. 
o vento na cara,
os cabelos em desordem,
um sentimento de liberdade,
o frio na barriga a medida que a altura aumenta, 
vontade de passar o resto da vida ~ voando ~
e é no ar, assim como nas águas, que me reconheço.
por fim, decido:
quando a minha própria morada eu tiver
no fundo haverão:
um jardim e um balanço,
pra voar sem limites, a hora que eu quiser.

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