preciso aprender a só ser,

era maio de 2016, a cabeça lotada, porque às vezes a gente simplesmente enche a cabeça e pensa compensar o vazio de outras partes do corpo. [[[ sobrecarga ]]]. estou a caminho do trabalho. a cabeça é um motor que não pára. uso a astrologia como desculpa ou mesmo como justificativa para o excesso do pensar. e não que eu deixe de sentir, mas os pensamentos tão sempre lá. [[[ hora extra ]]]. revezam entre distração, análises críticas e sublimação. no fim eu sinto, eu sempre sinto. era maio de 2016, a cabeça lotada. em alguns dias meu pai passaria por uma cirurgia extremamente delicada no cérebro. não havia captado ainda: vida e morte. foi minha irmã quem me alertou. sublimei. a caminho do trabalho, o celular vibra. às vezes a vida é concreto e parece perder a poesia. a gente pesa. e tudo o que fazemos, tocamos, sentimos também. [[[ consequência ]]]. abri a tela do celular. aquele era um dia difícil. pesado. o carro seguia em frente, em seu caminho. e eu parei. olhei a tela do aparelho e era um áudio. no meio do turbilhão da vida. apertei o play, e aproximei do ouvido. [[[ conexão ]]] de repente era tudo tempestade e acolhimento. do outro lado um amigo, o barulho da rua, uma canção de gil. as palavras que eu precisava sentir. sem pensar. 

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