dói acreditar?


ou é sobre aquilo a que(m) me proponho acreditar?
nem sempre o que vivemos é nosso em essência
não é que não estejamos vivendo algo, 
mas o que vivo é sobre mim ou 
sobre o que aprendi, sobre o que acho que me pertence? 
quantas de nossas experiências são muito mais 
sobre referências do que construções próprias?
isso é sobre mim?
ou sobre o que profetizaram ser o meu caminho?
eu acredito nisso?
ferir e ser ferido
rasgar e ser rasgada
eu quero a paz
não é sorte
o amor tranquilo é construção, inauguração
e diz muito mais sobre o que a gente quer em sinceridade
(quase nada sobre projeções ou terceirizações) 
a gente só dá aquilo que a gente tem
quais foram as minhas referências de afeto?
quais as que eu construí e busquei em mim?
afeto no sentido de deixar afetar-se
eu não tenho medo da dor
dor é parte, sempre reafirmarei isso
mas o amor não é sobre isso
é realidade
felicidade é momento, 
um breve mergulho em utopia
realidade é escolha, pertencimento, encontro, respeito
é sobre o querer
a disponibilidade do permanecer
desalinho para realinhar
novos caminhos de eus 
parceiros enquanto nós.
eu não creio em nada 
que não possa ser dito 
olhando nos olhos de outra pessoa
e penso que os mesmos olhos que não te encaram,
são os que ainda temem (o) olhar para dentro,
 e se você se esconde de si,
quem, de verdade, está aí?


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