dance comigo, corra perigo

eu não sei o que sentir, eu não sei o que pensar. mas eu sabia que aquela essência ali guardada, dentro daquele armário da cozinha era porque alguma hora seria entregue a você, ainda que eu quisesse me enganar que não. a gente parece desalinho. dessa vez foi importante poder... ou melhor, conseguir te falar várias coisas do que calei. são 2 anos sem te ver pessoalmente, direito. pensei que fosse fim, sabe. tem tempo. tanta coisa que aconteceu, sentimentos que mudaram. não sinto culpa, sinto desalinho. por mais horrível que isso possa parecer devido às circunstâncias do último acontecimento. de todo esse contexto. achei que não cometeríamos mais os mesmos erros. ou escolhas que pudessem magoar outras pessoas. mas tava ali sabe, escrito na carne. me sinto boba quando divido isso, parece que diminui a magia do que há nessa conexão. e não que seja pura ilusão, mas é que tem coisas que nunca terão como traduzir o sentir. quando a pele vibra, e tudo se remexe por dentro, quando o olhar parece suplicar de fome, e o corpo entende... o corpo entende tudo, pede, se encontra e encaixa. e você sabe, eu também sei. a gente finge juntos que não. de formas diferentes, claro. não somos uma mesma pessoa, então cabe em cada um o que cada um suporta, alimenta, ignora, transborda. "nunca, pero nunca, me abandones". você sabia que era pra você. reparação histórica: um beijo no meio do fogo cruzado. a gente perdeu os limites... já não tínhamos perdido antes? alguns diriam falta de cuidado, porém olhando pra nós, eu diria: coragem. e isso claramente não é sobre o que está certo ou errado. é que já mentimos muito um pro outro. na verdade, omitimos. acho que nunca imaginei algo assim, apesar de nesse dia sair de casa com um sentimento que já parecia precipitar tudo. prévia de acontecimentos, que loucura. a gente parece que gosta de brincar com fogo, nesse caso água, muita água. e apesar de repetirmos caminhos, literalmente, muita coisa já não é mais como antes, nem nós mesmos. te disse um tanto, trocamos, revelamos, olho no olho. disse que te amo, ainda bem. ao menos não morro mais com essa pendência. risos. te tocar, te sentir... "parece um sonho". e a sensação que ficou foi essa. ainda não acredito em tudo que falei, desabafei, relembrei. nem na minha imaginação mais inspirada teria pensando em cada detalhe do que aconteceu. vou guardar esse fim, tal qual começo: a gente precisava desatar isso, para sabermos viver em liberdade o presente, sem mais suposições. agora é sobre verdade. que um dia a gente possa se reencontrar de um outro jeito. chega bem em casa.




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